Como amar sem se perder de si?
- Beatriz Barros
- 16 de nov. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 19 de nov. de 2024
Na dança das necessidades não existe coreografia, é tudo improviso. Um contato-improvisação em que hora ou outra vai rolar um desencontro, um esbarrão. O problema é quando você se perde da própria órbita.
As necessidades de quem está à nossa volta também são nossas porque fazemos parte de um mesmo campo, de uma mesma rede de interdependência. Por isso, ficar só no "você tem que se priorizar" é superficial demais e não resolve o problema de ninguém. Ao mesmo tempo, não dá para seguir cuidando das necessidades de todo mundo sem que elas cuidem de você também - afinal, cuidado que não circula é extrativismo e exploração.
Aliás, esse não é um texto sobre autocuidado e autoamor. Acho esse discurso perigoso, quem é que é capaz de cuidar de si mesma? A gente precisa uns dos outros. O caminho é menos sobre aprender a “se bastar” e mais sobre como parar de perder a própria forma para caber no amor alheio. Isso é um desafio porque a maioria de nós cresceu aprendendo que a expressão das próprias emoções e necessidades era perigosa para os vínculos.
Recuperar a autenticidade e escolher amores em que cabemos por inteira é o caminho de uma vida. Exige atualização desse automático da menina boazinha, sempre agradável, que nunca dá trabalho. Como aprender a incomodar? Como fazer com que o próprio corpo não congele diante de um conflito? Eu não tenho uma receita, mas te afirmo com toda minha convicção que esse é um caminho para caminhar junto.
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